quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Se pausa, dramática



Os refletores estão todos apagados.
Estou frente ao palco mas as cortinas parecem fechadas.
Não há quem mande energia da coxia. O público esperado não chegou e os ingressos pairam no ar da bilheteria.
Meu monólogo não tem fala. Ninguém me deu o texto para que o aprendesse e eu não decorei as rubricas, nem criei nenhum caco.
Olho para o alto e não há sonoplasta. A música não contracena comigo.
Não sei se respiro. Sinto forte um silêncio que ensurdeceu toda a parafernália que até minha lágrima crua não ouço cair.
Sinto que não precisei de nenhuma máscara.
Se a alma do circo é o palhaço, qual do teatro é a alma?

2 comentários:

  1. Porra goiaba, que triste. Sinto tanto isso que me deu vontade de chorar. ='(Porra goiaba, que triste. Sinto tanto isso que me deu vontade de chorar. ='(

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  2. Chore, pois foi justamente chorando que esses versos tristes saíram do meu mar...

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