quarta-feira, 30 de maio de 2012

Capitalismo

Capitalismo
simples(e)mente:





 FAZ CONSUMIR E CONSOME.

Avassaladora

Tu não sabes
odeio se não me respondes
e quando me calas o telefone

Por vinte e 4 vezes te odeio em um dia
E por outras quarenta e 8 te quero
Te quero setenta e duas
e a cada três meia cinco

Te sou avassaladora
coisa louca, boca, oca, mouca
tua rainha de tanto desgosto

Te dou minha roupa
e te enfeito todo com meu fios soltos
deixa de ser mula, vem cá minha nuca
meu mal, meu bem
bel prazer

E depois eu te morro todo
que é fim de noite, fim de te ter.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Primeiro ato

Enquanto eu não pensar tão mecanicamente. Enquanto eu sentir todas essas sensações ao mesmo tempo. E quanto mais e maior vontade eu tiver, e garra pra brigar com quem vier. Enquanto o cachê não for meta. Aplausos explodirem de dentro. Enquanto segundas for sempre sextas. Enquanto apresentações forem sacras. Enquanto dos poros eu sentir suor e as células atuarem também.  Enquanto a lágrima vir ao coração. E o ar cantar nos pulmões. Serei arte. Fim do primeiro ato.

Fica

Se chegas
distante fica,
então vás.







Sonho

Me acordo no susto
Me saio de um sonho
Me ia às malas
Me despedia
À frente o trem vinha, te olho e então
Me acordo no susto
O trem que lá vinha, meu bem
era  tu a roncar, meu sonho se ia.

Despedida

Chega logo ou não volta!
-Eu quero morar no seu carro.

Bóia


Você vai ser sempre superfície.
Bóia mesmo, entende?
Nunca vai afundar realmente.
Porque pra isso é preciso peso.
E você não pesa, meu bem.
Você é bóia, bolha!

oh, átomo

átomo eletrizado,

tão raridade
momento íris
você a mim
um átimo.

tchau


a breviedade domina
um círculo de fé que culmina
a ponte de vidro estilhaça
quando tu passa apressado me domina

domingo, 27 de maio de 2012

dislexia ou falta do sabor das coisas


Meu paladar se nega a associar sabores
- dislexia no próprio sentido da fala.

Ré-volução


Revolução
Em dias como os que estão
Seria ao menos e em grande escala
Uma simples mudança daquela árvore plantada errada que atrapalha.

Insônia


Insônia
Vago silêncio no outro dia cansado.
Insensatos pensamentos não sóbrios
Um par de olhos pesados
Inércia em colchões repousada
Ideias no travesseiro arriadas
Insone
De dia, estar em pé e dormir
De noite, estar deitado e com fome
Um fumo, um ópio, um desgosto
Não sabe nem saberá quem dos acordados dormem.
Quem saberá se os insones são esses acordados que dormem?

domingo, 20 de maio de 2012

feito nuvem

feito nuvem
algodão
passa o tempo
cresce o não
 movem telhas
chuva cai
pinga o teto
quebra o vidro
a casa cai
 o amor se vai
o amor acaba
onde começa 
(?)
(!)

feito nuvem
algodão
passa o tempo
cresce o não.

                                       

Esse olhar que lê

Que olhar será esse que lê?
Será o olhar do imediatismo que olha o que primeiro vê?
Ou olhar vagabundo que não se contenta e passa a mudar o que lê?
Olhar que procura já tem interrogação ao contrário.
Olhar criancice não quer só procura, pergunta e põe-se a testar.
Olhar preguiçoso não vê.
Olhar de cabeça é raso, razoável vazo, quebrada razão.
Olhar de passagem não faz conclusão.
Olhar coração lacrimeja.
Mas há um só olhar, o maior dentre os seres:
o olhar-alma, este
i-necessita definição.

sábado, 19 de maio de 2012

pausa gramatica


você é um poema que eu venho lendo e namorando o que estou vendo e as palavras e as formas e os lugares com que se dividem e dividem o papel e eu não quero parar pois a leitura me ganha me atiça me venera e eu a venero feito um pássaro que faz ali mesmo seu ninho não em qualquer lugar mas de repente trovoada lampejada arquejada em disparate me freia o ar
pausa gramática
e se é gramática, te paro de amar.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

eco

da
p
e
d
r
i
n
h
a
jogada no precipício
o eco que sobe mudo
é
você.
silencioso e etéreo.


sábado, 12 de maio de 2012

dor


O que será?

Tudo em mim
é nada seria
nada fosse
ou algo será

Nada em mim
será tudo
fosse nada
ou algo seria

Você em mim
é tudo
do nada que há

Nada sou sendo
Tudo estou a ser
Amanhã muda tudo

Você em mim
é nada
do tudo que há

E não sou nada.

domingo, 6 de maio de 2012

ter-te


Se te vejo
Reapareço
Te não vejo
adoeço
Te esqueço
desapareço
à tarde esmoeço
te sonho
tete-à-tete
te desejo
ter-te à teta
tatuada 
no teu tato
anoiteço
no teu berço
beijo o céu
e amanheço
te acordo
e tu te vais.
 
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