quarta-feira, 22 de junho de 2011


Amor poderia ser cor, poderia ser flor, poderia ser merda. É só uma palavra! E eu te amo (dois pontos) não passa de um vício de linguagem.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

De graça

Te dou
meus
risos
de graça.

São meus,
seus
e de todo mundo.

Não eu.
Sabe que não tem ninguém quando tem muita gente?
Sabe que a música é surda quando muita gente canta em destorcido tom?
E a dança se perde em valsa desvalsas nos numerosos pés...?

Sabe o feio do belo?
A curva do horizonte que o vento esconde?
E o mar virando ponte que leva teus sonhos...?

Sabe não saber nada depois de ter aprendido tudo?
Sabe o contrário do choro mesmo dizendo tchau?

Sabe não. Tem fim não.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A gente começa falando de tudo, de Deus e o mundo, quase que compulsivamente.
Bola um encontro, faz parecer coincidente.
E se estão apressados, mundos por acabar.
E acaba realmente.
Das conversas todas, tão tolas, alegres... restam diálogos curtos, lacunares. E a continuação, são quem sabe?
E do nada, a rotina, surpreende a ambos entra no jogo. Incrivelmente há pouco, de ignorada, nem existia.
E começam os porquês e respostas não há.
E de diálogos respondidos à distância, passam a micro diálogos que breve serão bom dias... e de bom dias que não, só entrelinhas restarão.
Talvez seja nelas que possa se encontrar a felicidade de conhecer alguém no mundo da comunicação, que não comunica.

as roupas

Eu abri o guarda-roupa. Lá estavam elas, minhas roupas preta-à-porter. Com qual eu iria hoje? Tirei uma a uma. E vesti todas elas. Fiz combinações de peças, harmonia de cores, coloquei os sapatos. Elas diziam que não queriam sair comigo. Faziam caretas a mim. Joguei todas pelo quarto, em cada parte tinha uma cara de modelo e cor diferente me dizendo um NÃO grande, amassadas por cima dos móveis a la Salvador Dali. Estava atrasada cada vez mais. Era aula e era sexta. Eu queria te ver. Minhas roupas queriam te ver. Eu me aproximando toda a convite e você aí, de bobeira a você. E o Caio Fernando Abreu falando no meu ouvido sem parar: "Sozinho em casa. Sozinho na cidade. Sozinho no mundo." Cala a boca, Caio! Eu já sei demais esse fim! E essas roupas que agora preenchem o quarto ocuparão a casa, a cidade, meu mundo mudo. Haverá cores, modelos, estampas, misturas... tudo! E as combinações? Inúmeras possibilidades! Nunca faltará acessórios, sempre a embelezar. Será sempre moda. Sempre roupa falando, vestindo, rindo. E nunca mais solidão. No mundo colorido das roupas. Porque quando se está só até as roupas falam.
Eu vou fazer de conta que você não existe. E de tanto fazer de conta,
vou acreditar nisso.
Eu vou te sumindo, sumindo, sumindo...
Até que você vai aparecer de novo.

E eu nunca vou ter te conhecido.
E você passará do meu lado como qualquer outra pessoa que atravessa a rua.
Tenho uma dor de estimação. Veja só: temos dialogado ultimamente! Conversaremos mais, contaremos uma à outra nossos segredos. A minha idéia é torná-la minha amiga. Ficaremos tão amigas que um dia eu direi vai embora, e ela, por nossa amizade, obedecerá.



"Para vencer teu inimigo, junte-se a ele."
 
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