domingo, 29 de abril de 2012

Seja


Que isso do qual não sei nada nem saberei fácil
Desse virá de um talvez intacto nato abafo
Sendo breve ou longa metrado
Seja bom, meu bem.
Ou somente seja.
Seja sim.
Sê ato!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

antes que se afastem as metades


antes que se afastem as metades
que seja fruto vivo o imenso
                        [parto]
que seja breve a tempestade em naufrágio
que a lágrima seja em riso prolongada
e que as sobras de jantares não azedem
                        [paladares]
antes que se afastem as metades
que seja quente o inverno que passados
que sejam quentes
                        [ainda mais]
os amores reguardados
e que busquem paz
antes que se afastem as metades.

domingo, 22 de abril de 2012

o que os poetas fazem no mundo?
visitam.
já estão de saída.

na hipocrisia há baixo

Procura-se palavras
de
ses
pe
ra
da
men
te
querem banir as palavras da gente.
querem parar Guimarães e suas rosas!
queiram parar com os espinhos!
dos
seus
podres
poderes, dementes!
Procura-se letrassílabassábios
des
con
ten
te(s)
mentes
Não calem Clarices nem peitos
puta que os pare sem leitos.
Rubem Fonseca me
fale, me
cante, me
espalhe,
me mate de medo.
Pois é aqui que (não) mora a d-e-m-o-c-r-a-c-i-a.
(?!)
Procura-se palavras desesperadamente.
Não fiquem de greve nas mentes.


Começo: http://literatortura.com/2012/04/20/deputado-quer-banir-guimaraes-clarice-mario-rubem-etc-das-escolas/

Fim ou começo? http://literatortura.com/2012/04/22/deputado-abandona-projeto-que-proibiria-classicos-nacionais-nas-escolas/

Fala

eu não sei viver
nada por viver
então eu existo.

eu não sei parar
na hora de parar
então eu duvido.

eu não sei se é
a hora de voltar
então eu repito.

eu não sei calar
quando é pra falar
então eu sussurro.

eu não sei te ver
sem querer te ter
então eu suspiro.

eu já não sei mais
o que escrever
então tu termina.


Sim, tu termina. Que esse já foi do "eu não sei dizer nada por dizer então eu escuto" que eu estava ouvindo.
La la la la la la la la la... Fala... ♫

o vento

porque o vento é simples
e o que voa
logo simplifica

...


Se você nunca esteve
                 rindo de tanto chorar
chorando de tanto sorrir
                 ficando de tanto partir
Sabe-se lá...

Não queira saber você
desse chegar
que                                      não chega
que fica esperando as partes
                            que não sabem se encontrar
pois
t o d a s
  fic      ara      m
                        n'algum lugar

e sabe Deus se lá
ou se cá

E se cabe acrescentar,
da dor já não basta sorrir

e se não cabe sorrir
nada há mais a falar.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O casamento

O casamento é uma sessão de fotos.
O casamento é um cantor de música de casamento.
que dentro desencanta
O casamento é uma câmera de mão
acompanhante.
O casamento é uma fila de padrinhos.
que vão descrentes.
O casamento é uma taça de champanhe
espumante.

É o casamento é uma sessão de fotos com padrinhos descrentes motivados por uma câmera de mão enquanto chega uma taça de champanhe espumante ao som do cantor que dentro canta desencanto.

terça-feira, 17 de abril de 2012


O corpo vai.

O olhar fica.
Corpo vai, olhares ficam.
Janelas e almas.
Afinco.

domingo, 15 de abril de 2012

Pedido

Peço
por favor,
não me pergunte quem sou. Eu não vou responder a você o que falta resposta a mim.

sábado, 7 de abril de 2012

Fim de ensaio



Dói o pé.
Dói a cabeça.
Doem as pernas.
Doem os dedos.
Cada músculo do corpo.
Dói.
Só não dói crescer assim.
Desse jeito crescedor que alonga cérebro e corpo.
Alonga o crescer do ser e do ser artista. Crescer dói. Não dói crescer.






Entre o camarim e o palco há espadas.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

De quem é a obra?


Se lês o que faço
Te convém e agrada
Guarda. É teu.

Se com frases te toco
E achas que chego à tua alma.
Fazes do meu poema teu.

Eu gosto dos enlaces de teu viver
E quando dele me aproximo.

Eu gosto de dividir as existências
E o espelho que de alma nos intriga

Eu tento com que escrevo aproximar-me

Mas não peço a não ser por um detalhe:
Se fores publicar um poema meu

- não esqueça que quem o criou fui eu. 

O fumante


O fumante se mata e sabe E se quer matar-se
Não sofre a fumaça Ou mesmo o engasgo do pigarro
Se dói o arfar E se tenta parar - Não quer
 Perder o afago que em seus dedos
Ventura
A carícia do papel na pele fina dos lábios
Saudades
Não seria exatamente uma morte se matar-se
- A vida o mata
Não entende o que é saúde e praquê serve.
Não entende praquê vida e se guarda aos desenhos enuvados
O fumante perde-se e traga a vida a cada escada
Por querer perder-se sem nenhum contraste.



 
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