sexta-feira, 30 de setembro de 2011



sede não bebe marca fome não tem prato preferido morrer na fila do SUS não é morrer sorrindo ou porque quis

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Como se fosse primavera



Como se a vida fosse fosse dividida em época do ano. Como se o inverno fosse negro só no inverno e só nele fizesse frio. Como se o sol do verão aquecesse e deixasse tudo em tons de amarelo. Como se tivesse folhas de outono pela estrada e ventos de leve soprando aos fios de cabelos... patéticos personagens tchekhovianos agindo conforme o tempo, quando o tempo age conforme eles.


Obra: "as flores tem cabeça", se encontrarem a autoria, me avisem.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Se pausa, dramática



Os refletores estão todos apagados.
Estou frente ao palco mas as cortinas parecem fechadas.
Não há quem mande energia da coxia. O público esperado não chegou e os ingressos pairam no ar da bilheteria.
Meu monólogo não tem fala. Ninguém me deu o texto para que o aprendesse e eu não decorei as rubricas, nem criei nenhum caco.
Olho para o alto e não há sonoplasta. A música não contracena comigo.
Não sei se respiro. Sinto forte um silêncio que ensurdeceu toda a parafernália que até minha lágrima crua não ouço cair.
Sinto que não precisei de nenhuma máscara.
Se a alma do circo é o palhaço, qual do teatro é a alma?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rotina de Trabalho

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Porque se é pra ir, eu io.
Porque se é ficar, eu fica.
Porque se é cantar, eu canta.
Porque se é calar, eu cala.

Porque se é pra ser, eu sejo!
E seja ator
Mentado por tudo o que tem que ser
Issou.

Ser-de


Essa sede me incendeia
Feito assédio, é assaz.
Me enumera
Empilhadeira.
Me enfileira
Me quer mais.
Busco o copo à prateleira.
Nada encontro.
O corpo cai.
Me encandeio e digo venha
Fecho os olhos, colo lábios
Cedo a ela
E sou dela


Sonsa a ela me sou mais.
Mas me deixe um espaço pra ouvir teu vir.
Não me fale a ponto de pontear o ponto.
Me deixe um pontilhado pra dizer depois.
Mas me dê um passo de pôr outros passos.
Não me fale falta de faltar o tempo.
Toque aquela música de dançar depois.
Mas me diga adeus de dizer olá.
Sim me diga volto quando for já vou.
E eu te digo estou, e eu te digo sou.

sábado, 10 de setembro de 2011

Ai, de ti arte das musas agregadas
Que de mim me varre em ti
me desfigura numa olhada
Teu tom e teus silêncios
No meu mantra enternizado
Te fotografo, te volto a obra
em ruínas descascadas.
Quando eu acreditava em gnomos, os gnomos acreditavam em eu.
Fama porque famaram
disseram que era bom
famaram o que era ruim
e todos dizem que é bom
Cedo nos encontraremos
Se dor
encontraremos
Sê dor nos
encontrarmos
Sei dor, encontramos
Encontraremos dor eu sei.

Eis crever

para grafo
dissertativo inargumentável
título vão
estrofe falha
falta atenção
contra-po-dição
mas quês clichês!
escrever-te-ei
nada tereis
para grafo
para escrever
por que pra quê?
o que escrever?
 
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