me desculpem os letrados
eu não respeito tempo ou código de linguagens
eu não teria vinte vírgulas pra dizer sabedoria
nem decassílabos poetizados que sábios já me
disseram
pra falar a verdade eu não entendo nem mesmo o
que faço
cedo ou tarde não entenderia vossas defensorias
me vivo no mercado, o da produção-desaprendices
que circundam as barracas dos feirantes
as toadas de velhos cansados
desculpem-me de novo
se vivem vocês uma dislexia
eu abro a gaiola das palavras
e não conjugo em primeiras falas
e aquelas nossas epifanias, perdoai-me...
me desculpem os doutores
eu ando inventando palavras
e nem cheguei aos pés de seus superiores
não tenho nada prapenteados
não defino meus poemas
doutores são os povos da minha casa
minha terra e simplicidade
comecem vocês cordelistas natos a dizer o quê e
o que faço!
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