sábado, 13 de outubro de 2012

barulhento e genioso

Engraçado é como os instrumentos se vingam quando não cuidamos deles, não acariciamos. São tantos que acabamos por não dá a atenção devida que eles merecem. Porque tem a musicalidade, as cenas, a voz, e tantas cositas mais... Mas como são ciumentos os instrumentos musicais! Vaidosos, se põem em vitrine e disputam sua adoção, querem ser únicos.
Quem mais se vinga de mim é o xequerê. Eu sei que tenho que entrar no tempo, acompanhar a zabumba, que a percussão é a alma e tal's! A teoria fica, mas o ir é a gente quem faz.
Pois um dia parei de fazer pois, vendo tantos erros repetitivos tirei só para olhar o xequerê. Tocava-o rente a pele do meu rosto e tentava  conversar mesmo com o instrumento ao meu lado. Eu sabia que era isso que ele queria. Como pode ser tão delicado esse barulhento? Como pode vir tanta paz desse barulho arretado?
Agora já sei: se vingou me vingo também. Dou carinho e pronto aos meus meninos instrumentos musicais! E se eu esquecer disso, avise-me alguém além deles! Porque se dividir nessa relação mútua/instrumental é cada vez alma: delicadeza, até quando é forte o toque que tenho que por. Pois então, ao ritmo "aprendizado" de ser: é força mas é paz! E como diz a Vanessa Elisa: o xequerê é um barulhento e genioso! E é mesmo... tal eu.

(15 de Março/2012. Prestes a estrear O Breu da Caçupemba - direção Eris Maximiano -, um espetáculo desafiador, onde tive que caída de paraquedas me iniciar na Música. Foto: Vanessa Elisa.)


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